PRIMEIRO PASSO DO ORÇAMENTO
RESPEITO AO ORÇAMENTO AGORA É
FUNDAMENTAL
Uns e outros já devem estar achando a gente repetitivo e
desagradável de tanto falar em compras a prazo, em taxas
de juros e aplicações na poupança. Mas, é que nós
estamos numa cruzada pela conscientização e
esclarecimento de fatores e situações que passam
despercebidas ou não tinham tanta importância porque a
inflação era alta. No entanto, vivemos agora dentro do
há-muito-esquecido orçamento doméstico que tem dois
lados conhecidos a serem considerados, agora com muito
mais respeito: o lado das despesas e o das receitas.
O respeito ao orçamento agora é fundamental por duas
razões: tanto a despesa quanto a receita agora devem ser
planejadas com bastante exatidão por conta da
estabilidade econômica. Está muito difícil aumentar a
receita porque os salários estão comprimidos ao máximo,
exceto os dos marajás e os dos favorecidos pelo
cumprimento como o chapéu alheio feitos pelos alheios e
inconseqüentes membros do TST , pois depois do juiz
Nicolau Lalau foi-se a moral.
Quanto às despesas, todos nós sabemos ser praticamente
impossível segurar os preços dos oligopólios e cartéis
que tentam, sempre que possível, driblar com artifícios
de marketing e de novos produtos os esforços para conter
os gastos.
Neste ponto cabe esclarecer que as compras a prazo, com
as exorbitantes taxas de juros cobradas nas vendas a
prazo no país, se refletem no orçamento de despesas como
fator de desequilíbrio futuro. Assim, se alguém comprar
um produto de R$ 100 à vista nas taxas vigentes de 10%
ao mês (cheque especial), ao final de seis meses o valor
a pagar será de R$ 177,20 e na taxa de 13% mês será de
R$ 208,20, o que significa que se comprou um produto,
mas, se pagou como se tivesse comprado dois.
No uso de cartão de crédito é preciso também muito
cuidado com qualquer atraso por causa das multas e
juros. O cartel dos cartões cobra juros escorchantes, e
quando a fatura não chega, pura e simplesmente informa
que seus usuários devedores que "se virem" para pagar em
boletas avulsas(como se elas estivessem disponíveis a
tempo e a hora sem filas, sem trabalho) e telefonem para
saber seus débitos(como se os telefones deles atendessem
a tempo e a hora, sem musiquinhas ou festival de aperto
de teclas).
E as taxas de juros do crédito rotativo? Não dá para
acreditar que insistam em taxas acima de 10% ao mês!
Aliás, por que será que nenhum deles, numa bela
estratégica de marketing natalino, imitando governantes
poderosos e donos de poder (como ele, cartões, são donos
do poder econômico) não teve a idéia de dar um indulto
aos devedores e deixar de cobrar multa e juros até uma
data um pouco mas à frente? Pelo visto, o espírito
criativo só se prende a promoções de vendas para vender
e faturar cada vez mais, vendendo em três parcelas
iguais com juros cada vez maiores...
Não custava nada um pouquinho de sensibilidade para
esses gênios de marketing e orgulhosos captadores de
clientes consumidores. Tomem cuidado, porque não vai ter
ninguém para defende-los quando um dia o Big Brother se
meter no assunto. Não adianta chorar sobre o leite
derramado por eles mesmos, tirando da boca de crianças
de muitas famílias de usuários revoltados.
Atualizado
a partir de artigo publicado no Jornal do Brasil -RJ
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